domingo, 9 de dezembro de 2012

A problemática da osculação

A primeira rapariga que eu beijei na boca chamava-se Verónica – triste facto que ainda hoje não ultrapassei, visto que este nome se trata duma foleira versão dum outro a que associo gajas boas a toda a hora, Mónica. Era de manhã, numa sexta-feira (sim, eu apontei o dia num gesto comprovador da minha heterossexualidade perante o Mundo) e estava tudo combinado, íamos beijar-nos na boca. E assim foi, encostámos os lábios e pronto. Passado esse momento, dei logo conta de que era facílimo dar beijos daquela forma e que não havia nada de adulto naquilo, aliás, era como dar beijos na cara, só mudava o sítio onde se dava – parvoíce minha, evidentemente. No dia seguinte, uma amiga dela vinha, como intermediária, ter comigo para me fazer uma pergunta embaraçosa demais para ser a própria Verónica a fazer: “Que é que dizes a um beijo na boca, mas com língua?”, ao que eu respondi com cara de parvo: “Que javardice é essa? Eu não sei fazer isso e parece-me nojento. Que é que eu vou fazer com a língua dentro da boca dela?”. Enfim, perguntas filosóficas próprias da tenra idade. É então que, esquecendo-me de que a minha amada não tinha sido informada de que não era suposto o beijo cheio de cuspo ter lugar, vou para lhe dar um beijo dos normais, enquanto ela abre a boca disposta a devorar-me toda a cara. Já se está mesmo a adivinhar, não está? Pronto, eu digo, dei-lhe um beijo na língua. Passou-se o tempo necessário para eu conseguir voltar a olhá-la, ainda que de soslaio, ou seja, cerca de duas semanas, e acabei com ela. Deste episódio tirei a resposta às tais perguntas filosóficas que havia feito, anterior e retoricamente, à amiga da Verónica. Que javardice é essa de beijos na boca com a língua? (Suspense!) Como, por si só, a pergunta já sugere: essa javardice de beijos na boca com a língua trata-se de… javardice! E o que é que eu vou andar a fazer com a minha língua dentro da boca doutra pessoa? Bem, esta resposta, é já mais complexa na sua resposta, mas nos dias de hoje, eu responderia que são movimentos dum músculo molhado que deambula descoordenadamente em busca duma Mónica qualquer!

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