quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Dissertação sobre o prepúcio

Prepúcio, m. Pele que cobre a glande do pénis. (Lat. praeputium). Ora, posto isto, devo perguntar-lhe: o que é que sabe sobre o prepúcio que não tenha sido dito já de antemão? Tem prepúcio? Sabe para que é que serve o prepúcio? Gosta do prepúcio? Enfim, poderia perder-me em indagações divagantes ao leitor sobre esta bonita parte de nós que, quando murcho, é a ponta do caralho! Mas falemos sobre estética e utilidade, senhoras e senhores. Sim, deixem-me que introduza uma última questão sobre o tópico em causa: quão bonito é o prepúcio? ou, será que este constituinte do órgão genital masculino desperta os seus sentidos de especial forma, sem que você mesmo o saiba? Procurarei responder-lhe tão bem quanto possa. A pesquisa foi extensa, árdua, mas, caro leitor, rendeu-lhe a mais completa dissertação atingível pelo humilde escritor. E começo por esclarecer o que é mais evidente: o prepúcio não é bonito e o prepúcio não serve para rigorosamente nada. No entanto, esta pelezinha que rodeia a glande empata e a arte de empatar não é para quem quer, entenda-se. Vamos aos lavabos, por exemplo: quem é o energúmeno que nos vai vedar o trajeto da urina, quem é? És tu? É ele? Não, é o prepúcio. É ele que se sacrifica, de entre todas as partes do corpo, para nos fazer a vida negra no que toca em acertar nas serenas águas do fundo da sanita ou na límpida porcelana do urinol e, talvez, até para nos causar uma maçadora infeção urinária derivada ao acumular de javardice em redor de si mesmo. Pois! Não subestimem o prepúcio, ele tem mais poder do que possam imaginar! Aliás, ele não se fica pelo óbvio talento em empatar, ele vai mais longe, ele exige de nós, o prepúcio é carente e faz-nos, cada vez que mijamos, afagá-lo envergonhadamente com uma folha dupla de papel higiénico dobrada ao meio de maneira a evitar a tal infeção, – e assim acrescento mais uma caraterística ao dito cujo – chantagista. P.P.

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